Governança Condominial: Por Que Investir?
A administração de condomínios apresenta muitos desafios. É por esse motivo que o síndico precisa de apoio, seja do conselho ou da administradora contratada. A governança condominial é um conceito que visa facilitar a gestão, deixando-a mais técnica, eficiente, transparente e colaborativa.
Por meio disso, é possível alcançar maiores resultados, principalmente financeiros, mas também há impactos positivos no relacionamento social.
De forma resumida, podemos dizer que a governança condominial é uma série de fatores que garantem que tudo opere sem erros no edifício. Se você deseja saber mais sobre esse assunto, continue a leitura.
O que é governança condominial?
A governança condominial busca atender plenamente às normas internas do condomínio (convenção e regimento interno).
Além disso, visa o cumprimento de todas as leis e regulamentos relacionados ao setor. Para isso, leva em consideração toda a documentação financeira e legal – também conhecida como compliance.
Outro objetivo da governança em condomínios é melhorar a comunicação e o controle interno e promover uma gestão transparente, proporcionando um convívio mais saudável entre síndico e moradores.
Quais são os benefícios da governança condominial para síndicos e condôminos?
A governança condominial promove benefícios tanto para o síndico quanto para os condôminos e funcionários.
Dentre os principais podemos citar:
- Melhora da saúde financeira do condomínio;
- Aumento da satisfação com a gestão do síndico;
- Convivência harmônica entre todos;
- Cumprimento da lei em vigor, evitando despesas por inconformidades, como multas por exemplo;
- Melhora da comunicação interna;
- Transparência nas decisões;
- Gestão colaborativa;
- Ambiente de trabalho mais organizado para os funcionários;
- Confiabilidade na gestão.
Qual é o papel do síndico na governança?
O síndico é a peça-chave para o funcionamento correto das atividades do edifício. Para auxiliar na governança condominial ele pode atuar das seguintes formas:
1. Atenção à legislação:
Qual foi a última vez que a convenção e o regimento interno do seu condomínio foram verificados?
A maioria dos edifícios não costuma revisar esses documentos periodicamente, que por sua vez ficam desatualizados.
Nessa situação, é importante que haja fiscalização e revisão para manter o condomínio sempre em conformidade com a lei, principalmente com o Código Civil, além de outras regulamentações que se apliquem.
Para isso, o síndico pode contar com o apoio da assessoria jurídica.
2. Gestão transparente:
Se você é condômino, já deve ter questionado alguma ação do síndico. E se você é administrador do condomínio, já deve ter notado desconfiança por parte dos moradores com alguma decisão sua.
Isso pode acontecer por inúmeros fatores, mas o principal deles é a falta de transparência na gestão, que pode ser resolvido com as boas práticas da governança condominial.
3. Gerenciamento de contratos:
O gerenciamento de contratos é uma prática indispensável, principalmente se o condomínio possuir serviços terceirizados. Portanto, é recomendado utilizar o Acordo de Nível de Serviço, para garantir que o que foi combinado será cumprido com a máxima qualidade.
4. Controle de inadimplência:
O síndico deve encontrar novos meios de lidar com a inadimplência no condomínio. É preciso avaliar métricas e indicadores financeiros para analisar a situação de cada unidade devedora e, com isso, identificar soluções práticas para que as dívidas sejam quitadas.
A governança condominial prioriza que todo esse processo seja feito de forma amigável, visando manter o bom relacionamento entre todos.
5. Convivência harmoniosa:
O síndico também deve favorecer uma coexistência saudável entre moradores e funcionários. Para isso, é possível identificar o que os moradores preferem e quais são suas opiniões.
Permitir que os condôminos participem da gestão e exponham seus pontos de vista contribui para a redução de conflitos e desentendimentos, melhorando assim a convivência no edifício.
6. Controle interno:
Um pilar fundamental da governança condominial é o controle interno. Basicamente, refere-se à implementação de procedimentos que aumentem a eficiência dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis por meio de relatórios, projetos, registros, orçamentos e outros.
É altamente recomendável que o síndico faça uma auditoria preventiva para análise financeira do condomínio. Isso pode ajudar a descartar iniciativas fraudulentas, ilegais ou prejudiciais, que infelizmente podem acontecer.
Como implantar os conceitos da governança na gestão condominial?
Agora que você já sabe o que é a governança condominial, descubra os passos fundamentais para transformar esse conceito em realidade no seu edifício:
- Conscientização:
O primeiro passo é educar todos os condôminos sobre a necessidade da gestão participativa, determinando prioridades e ajustando-as conforme a previsão de orçamento e capacidade de investimento. Em resumo, podemos dizer que a colaboração é a chave para alcançar os resultados.
Apesar disso, são poucos os condôminos que participam das assembleias, comitês ou até mesmo simples discussões informais que acontecem no grupo de WhatsApp do condomínio.
Essa falta de interesse é uma barreira a ser superada para a adoção da governança condominial.
- Convenção condominial atualizada:
O segundo passo é atualizar a convenção condominial (caso isso ainda não tenha sido feito).
É certo que as convenções anteriores ao Código Civil de 2002 permanecem válidas e eficazes desde que não entrem em conflito com a lei civil. Entretanto, determinações antigas podem não suprir as necessidades atuais dos condôminos.
- Orçamento anual:
A terceira etapa para implementação da governança condominial é criar um orçamento anual para garantir a viabilidade financeira. Esse passo é fundamental, pois se feito corretamente ajudará a identificar gastos recentes excessivos ou desnecessários, ajustar contratos de serviço e cortar custos, o que permite investir as economias em melhorias para o condomínio.
- Fiscalização da gestão do síndico:
Na quarta etapa é preciso revisar com eficácia as ações do síndico em relação às finanças. A negligência na fiscalização pode levar à custos incontroláveis, discrepâncias financeiras e inúmeras outras atividades que podem afetar negativamente o financeiro do condomínio.
- Gestão transparente:
O último passo é a transparência na gestão, garantindo aos condôminos o direito de acessar de forma clara e confiável a situação do edifício, cabendo ao síndico o fornecimento contínuo de informações.
Por fim, conforme você pôde ver, a governança condominial traz diversos benefícios ao síndico e moradores, além de proporcionar uma economia mensal significativa.
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