Gestão de Riscos

A importância de uma correta gestão de riscos condominiais

O universo condominial é repleto de processos essenciais ao pleno funcionamento. Entre eles está uma gestão de riscos adequada. A estratégia, que deve ser realizada pelo síndico, visa identificar, avaliar e administrar os riscos existentes em um condomínio. O objetivo é minimizar ao máximo os impactos das ameaças para evitar acidentes e prejuízos de várias ordens.

Para que esse gerenciamento seja eficiente, algumas atitudes importantes são conhecer profundamente as instalações, garantir manutenções preventivas e manter o sistema anti-incêndio sempre em dia.

Além disso, o síndico deve orientar os condôminos quanto aos perigos que muitas vezes passam desapercebidos. Por exemplo, há moradores que gostam de colocar vasos na beira de sacadas. Esses podem acabar caindo e machucando gravemente alguém. Ou ainda, empregadas que, para limpar vidros, ficam penduradas sem nenhum equipamento de segurança. Nesse caso, uma queda pode ser fatal.

Qual a importância de ter uma gestão de riscos apropriada

Como você viu, atitudes impensadas podem causar sérios danos. Mas não são só elas as responsáveis por acidentes em condomínios. A falta de manutenção em áreas comuns, playgrounds, piscinas, sistemas de combate a incêndio, elevadores, sistemas elétricos e hidráulicos, para-raios, entre outras estruturas também é um grande problema.

Esses atingem a todos os envolvidos no condomínio, sejam moradores, visitantes ou colaboradores. O síndico, por sua vez, pode ser responsabilizado judicialmente. Isso porque o Artigo 1.348, que regulamenta os deveres do profissional, prevê a manutenção constante.

Além disso, diz que é de responsabilidade do gestor condominial fiscalizar obras que venham a ser realizadas em áreas comuns e zelar pela prestação de serviços. Dependendo da complexidade, deve contratar um assessor técnico para apoio na gestão.

Nesse cenário,  deve ter em mente seu dever de cuidado. Se ele faz o possível para prevenir acidentes, sua responsabilidade pelos danos decorrentes de acidentes no condomínio pode ser a menor possível. Por isso, a gestão de riscos deve ter atenção especial, contendo medidas de segurança e prevenção.

Principais riscos de um condomínio

Por serem empreendimentos contendo diversas estruturas, os condomínios são cheios de riscos a serem administrados. Veja os principais:

  • obras em unidades que comprometam a estrutura. Para evitar que isso ocorra, o síndico deve exigir documentações que comprovem a não existência de ameaças. Caso haja negligência, o profissional pode ser responsabilizado;
  • desgastes e problemas estruturais que fazem com que o condomínio perca a garantia da construtora. Isso porque, ao entregar um imóvel, há um manual de condutas de manutenção a serem adotadas. Se essas não forem adotadas, a empresa pode questionar o pagamento de indenizações. Para evitar que isso aconteça, é importante contratar um laudo técnico na entrega do imóvel e seguir à risca as orientações;
  • falta de pagamento de direitos trabalhistas, sejam de colaboradores contratados ou terceirizados. A conduta adequada na gestão de riscos é acompanhar de perto os pagamentos, solicitando as administradoras ou empresas os comprovantes dos repasses;
  • Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) vencido. Em casos de incêndios que causem morte ou acidentes mais trágicos, os síndicos podem ser responsabilizados civil e criminalmente. Além disso, as seguradoras podem deixar de pagar a indenização pela falta de manutenção. Por isso, é fundamental não deixar o documento vencer;
  • acidentes com crianças em playgrounds sem manutenção. Nesse caso, o síndico pode ser responsabilizado. O ideal é seguir a norma NBR 16071, da ABNT, e realizar inspeções constantes;
  • para-raios sem manutenção. Em 2015 a NBR 5419, que cuida do assunto, foi atualizada. Hoje é obrigação dos condomínios realizar a vistoria dos equipamentos a cada seis meses e, em caso de falhas, realizar a manutenção ou substituição;
  • elevadores que param ou despencam. Essa é uma situação que pode levar à morte, requerendo atenção especial por parte do síndico. Nesse caso, uma empresa especializada deve auxiliar o condomínio e realizar manutenções constantes;
  • assim como os elevadores, sistemas de gás podem causar acidentes fatais. A gestão de riscos deve contemplar ações emergenciais em casos de vazamentos, realizando contato urgente com o prestador de serviços ou concessionária.

Como fazer uma gestão de riscos eficiente

Para realizar uma gestão de riscos eficiente, o síndico deve desenvolver um planejamento sobre inspeções, manutenções e outras ações necessárias para minimizar ameaças. Além disso, algumas condutas importantes são:

  • conscientizar moradores e colaboradores sobre normas de segurança a serem cumpridas. Isso pode ser feito por meio dos canais de comunicação do condomínio ou treinamentos;
  • engajar os moradores com a gestão de riscos nas assembleias de condomínio. Para isso, o síndico deve discutir as regras a serem criadas e pedir a opinião de condôminos;
  • ter um plano de manutenção preventiva bem estruturado;
  • investir em um seguro condominial adequado, que cubra prejuízos que venham a ocorrer no empreendimento;
  • solicitar vistorias do Corpo de Bombeiros nas datas indicadas em documentações e normas estaduais ou municipais.

Como você pôde comprovar, contar com uma gestão de riscos bem estruturada é essencial para um condomínio. Gostou do nosso artigo? Quer saber mais sobre esse e outros assuntos? Então continue acompanhando o nosso blog!

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